sábado, 8 de dezembro de 2012

E se o mundo acabar, quem vai pagar a conta?


O redator-que-vos-fala andava meio sumido deste espaço. É que andam dizendo por aí que o mundo vai acabar. Na dúvida, resolvi curtir a vida adoidado. E se é chegada a hora do apocalipse, provavelmente ninguém quereria mesmo perder o seu precioso tempo que lhe resta lendo estes posts. Existe coisa melhor para fazer, sem dúvida.

A teoria mais popular já tem inclusive a data para o fim dos tempos: 21 de dezembro de 2012. Mas da onde vem esta confusão?

Neste dia, dizem os estudiosos no assunto, o calendário Maia indica o fim de um determinado ciclo e o início de outro. Pronto! Foi o suficiente para os boatos acerca do apocalipse ganharem espaço – até com certo destaque – no noticiário. De vez em quando, alguém toca no assunto.

E olha que antes de se embasar tecnicamente para fazer este artigo – pesquisei no Google – este redator nem sabia o que era o tal calendário Maia. Que saudade daqueles tempos dos calendários de parede de borracheiro. Eram os únicos que eu conhecia. De preferência, cheios de mulheres gostosas e de feriados. O resto é o resto.

Na passagem para o ano 2000 essas teorias tinham até mais força. E, como se vê, o mundo não acabou. Ainda. Juntamente com a boataria relacionada ao fim do mundo, falava-se muito dos efeitos do bug do milênio. Para quem não lembra, um suposto problema relacionado à concepção dos softwares desenvolvidos no século XX e que felizmente não se confirmou.

Os computadores jurássicos tinham pouca memória. Para economizar espaço e dinheiro, os sistemas guardavam as datas com dois apenas dígitos no ano. Com a proximidade do novo milênio, surgiu o medo de que os sistemas reconhecessem o ano 2000 como 1900, o que seria um desastre para a economia mundial. 

Se nada fosse feito, dinossauros poderiam sair dos micro-ondas e engolir as donas de casa no justo momento da programação. Havia a expectativa de os carros se revoltarem e atacarem os motoristas-desafetos, e até mesmo pedestres desavisados. O sistema elétrico de iluminação pública das grandes metrópoles tinha chance de apagar, uma vez que simplesmente não existia em 1900. Enfim, um transtorno absoluto.

As empresas investiram pesado e contrataram um pelotão de elite na área de TI para estudar detalhadamente o problema. Uma montanha de dinheiro foi gasta na contratação de consultorias especializadas e na realização de testes. Mas, felizmente, nada aconteceu. 


Desta vez, por via das dúvidas, estou tomando algumas medidas práticas – e muita cerveja, para encarar este calor infernal. Por exemplo, não pago ninguém antes do dia marcado para o juízo final. Nem adianta bater à porta ou torcer o nariz.

Senhores credores, que avisa amigo é. Procurem este blogueiro somente depois do dia 22 de dezembro. De preferência, após o Ano Novo. Refiro-me ao calendário Cristão, quando nossas esperanças se renovam.

Segue carta de um devedor bastante sincero que, tal qual o redator-que-vos-fala, busca a complacência dos seus credores. O texto, pelo que foi apurado, circula pela internet há algum tempo. Chegou a minha caixa de e-mails recentemente e, embora não tenha absoluta certeza, sobre a veracidade, achei por bem reproduzir o texto, por se tratar de informação de interesse público.


Clube de Dirigentes Lojistas (SPC).
"Prezados Senhores",
Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias…
Sei que não estou em dia com meus pagamentos.
Acontece que eu estou devendo também em outras lojas e todas esperam que eu lhes pague.
Contudo, meus rendimentos mensais só permitem que eu pague duas prestações no fim de cada mês.
As outras, ficam para o mês seguinte.
Estou ciente de que não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar esta ou aquela empresa em detrimento das demais.
Ocorre o seguinte… Todo mês, quando recebo meu salário, escrevo o nome dos meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma caixinha.
Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois "sortudos" que irão receber o meu rico dinheirinho. Os outros, paciência. Ficam para o mês seguinte.
Afirmo aos senhores, com toda certeza, que sua empresa vem constando todos os meses na minha caixinha. Se não os paguei ainda, é porque os senhores estão com pouca sorte.
Finalmente, faço-lhes uma advertência: Se os senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir o nome de Vossa Senhoria dos meus sorteios mensais.
Sem mais,
Obrigado."